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Poemas de Nero — traduções para italiano

  • Outro
  • 16 de jul.
  • 3 min de leitura
Fotografia de Akbar — Lunário Poético duma Alma ainda Árabe (2025).
Fotografia de Akbar — Lunário Poético duma Alma ainda Árabe (2025).

por Fabrizio Boscaglia Sono qui tradotti in italiano tre componimenti in versi dell’autore portoghese Nero, con testi originali e nota biografica a seguire.


Poema "Ovo", das páginas centrais de Akbar — Lunário Poético duma Alma ainda Árabe (2025).
Poema "Ovo", das páginas centrais de Akbar — Lunário Poético duma Alma ainda Árabe (2025).

tra un libro e l’altro, il fosso,

e mentre egli, misericordioso,

riapre la breccia affinché si verseggi,

chissà in cambio dello stesso orzo

dimenticato da qualche parte nella lassità dei silos,

mi laverò nel lavabo di tutte le abluzioni,

riportando, dagli archeositi, il fiume alla qibla

– o con la faccia al pavimento o dal pavimento alla faccia –,

genuflettendo l’anima che mi persiste, nonostante

i difetti intestini che ci rilegano,

apotropaicamente (verso minore),

a ciò che è tanto più grande di noi.


[entre um livro e outro, o fosso, / e enquanto ele, misericordioso, / o roço reabre, p’ra que se verseje, / quiçá em troca da mesma cevada / esquecida algures na lassidão dos silos, / lavar-me-ei na pia de todas as abluções, / trazendo, dos arqueossítios, o rio à quibla / – ou de cara p’ro chão ou do chão p’ra cara –, / genuflectindo a alma que me persiste, apesar / dos defeitos intestinos que nos religam, / apotropaicamente (verso menor), / a algo tão maior do que nós.]

***

A tutte le memorie abdico

alle pietre che un tempo mi seppero,

ai lini sfilacciati nel desiderio,

agli ardori sbarrati nella pelle,

ai suoni folgorati nell’istanza,

agli abbracci negati alle lacrime,

alle ossa consumate nella vana attesa,

dipinta nella pratica dei giorni, nella foce,

potenza di gesti e d’abissi.

[De todas as memórias abdico, / das pedras que então me souberam, / dos linhos desfiados no desejo, / das labaredas estancadas na pele, / dos sons fulgurados na instância, / dos abraços negados às lágrimas, / dos ossos gastos na espera vã, / pintada na prática dos dias, na foz, / potência de gestos e d’abismos.]

***

Intervallo

per qual fine camminiamo

se tutti i cammini son stati già camminati?

la questione è:

perché lo vuoi sapere?

si vive bene nel silenzio

i veri cammini sono quelli a ritroso

perché è nel ritorno che si concretizzano

i cammini e i camminanti

vattene, ché il letto non ha gambe

solo domande

[Intervalo // p’ra que é que caminhamos, / se todos os caminhos já foram caminhados? // a questão é: / para que é que queres saber? / vive-se bem no silêncio // os verdadeiros caminhos são os do avesso, / porque é no retorno que se concretizam / os caminhos e os caminhantes // vai-te, porque a cama não tem pernas / só perguntas]

Nero, à entrada do Castelo de Silves (antiga Xilb ou Xelb).
Nero, à entrada do Castelo de Silves (antiga Xilb ou Xelb).

Nero, pseudonimo di Roberto Simões, è nato nell’Algarve, nel sud del Portogallo, il 22 settembre 1987. Ha studiato Lingua e Letteratura Portoghese, Didattica e Pedagogia presso la Universidade Nova de Lisboa. Insegna portoghese e letteratura portoghese.Il suo spirito creativo si è manifestato presto, scrivendo storie fin dall’infanzia. Nel 2021, ha pubblicato Oceano – O Reino das Águas, suo primo libro in versi. Nel 2023, Telúria, che inaugura quella che l’autore ha definito la “Trilogia dello Spirito”, un trittico informale dal cui secondo volume, Akbar – Lunário poético duma alma ainda árabe (2025) sono tratti i tre componimenti qui tradotti. La nota biografica e la foto-ritratto sono rielaborati a partire dal sito dell’autore.


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